A minha felicidade estava lá por um tempo...

Sempre tive a curiosidade de saber como seria o meu futuro. Com quem me casaria. Com quem teria filhos, uma casa, um carro, um lar perfeito. Até que em um minuto exato reencontrei a pessoa perfeita para casar. Na verdade, foi uma atração. Uma atração boba que sinto sempre, ao ver meninos charmosos e tímidos. Naquele exato momento pensei que havia encontrado o amor da minha vida. Fiquei paralisada por um tempo. Analisando aquele sorriso discreto e  a forma com que escondia os cabelos com o boné. Era o tipo perfeito de pessoa. Não era como eu sonhava, pois era melhor. Sabe, em algum momento naquele dia pensei estar me iludindo logo de cara, só para ter alguém em quem pensar. No dia seguinte pensei o mesmo novamente. E no dia seguinte comecei a ver aquele passado que me torturava. Era exatamente o que vejo hoje. O passado era idêntico. Os mesmos pensamentos, o mesmo tipo de atração. Mas o que diferenciava o meu passado com o hoje, é que ainda não havia sofrido uma grande ilusão. 

Fiquei semanas e semanas pensando como seria essas últimas horas se não tivesse avistado aquele garoto dos sonhos. Ou melhor, aquele garoto que imagino ser dos meus sonhos. Talvez seria tudo diferente. Quem sabe agora, eu poderia estar pensando em como fazer o bolo da tarde. Seria melhor se fosse apenas isso não é? 

Sou tímida demais para puxar papo com ele. Ele senta no outro lado da sala, enquanto eu sento logo á esse lado. É chato, mas ao mesmo tempo bom. Assim ele pode estar evitando olhar para a grande formação rochosa do meu rosto. Pensei que base, corretivo e pó resolveria, mas acabou não dando certo, pois fiz isso uma vez e ficou ainda mais estranho do que as espinhas vermelhas. Sei lá, me sentia estranha de qualquer jeito perto das meninas lindas e corpudas da minha sala. Não era palho o bastante para encará-lo. Claro, ele sempre desviava o olhar quando ligeiramente me olhava. Eu fazia o mesmo. Não queria correr o risco de babar enquanto o encarava na aula de matemática. A professora era espaçosa demais. Sempre me chamava a atenção só por que eu ousava a olhar um pouco pro lado (aquela horrorosa).

No dia seguinte, veio uma amiga. Era ela quem havia me emprestado uma ajuda para saber mais sobre a vida que ele leva (tudo isso, para começar a dar um Oi.) E como todos sabem que sou a admiradora secreta, ops... secreta não né? Todos já sabem mesmo. Menos o garoto de que eu tanto admiro. Ainda bem. Seria um mico se ele viesse até mim e me perguntasse se era eu, a garota apaixonada. Antes mesmo da preparação de um Oi. Está bem, veio a minha amiga. Ela descobriu praticamente toda a vida do garoto. Isso sim que chamo de detetive particular. Ela disse que ele morava com a mãe e com mais dois irmãos. Não tinha namorada e que detestava uma garota. Claro, que fui logo perguntar quem era a garota que ele odiava. Minha amiga travou logo que ía me responder. Por fim, eu ansiosa á forcei e veio o nome misterioso. É você que ele detesta Mary. Fiquei pensando o por que. Por que ele me detestava. Veio como um flash em minha mente as formações rochosas do meu rosto. Talvez seria isso o problema, mas não era. Voltei ao passado e vi que todos os casinhos de amor às escondidas nunca passaram de uma forte ilusão.